Acabara de derrubar a ultima árvore do dia e
se preparava para voltar a sua casa. Bill era um dos poucos lenhadores da
região, amava seu trabalho, mas não tanto quanto amava sua família. Era robusto
e forte, não tinha medo de nada, mas nunca foi agressivo com ninguém, acima de
tudo era bondoso.
Chegando em casa, deparou-se com três homens
de aparência estranha saindo as pressas de lá a cavalo. Correu para ela, e viu
uma das piores coisas que um homem poderia presenciar. Sua mulher e filha
estavam dilaceradas pelo chão, como se tivessem sido atacadas por animais
selvagens. Sangue, ossos e pedaços de carne humana recobriam o chão daquela
rústica casa. Seu rosto era um misto de tristeza e desespero, ficara alguns
segundos imóvel, apenas observando os restos quase irreconhecíveis, das pessoas
que mais amava no mundo. Seu coração encheu-se de ódio e seu rosto agora
esboçava um olhar maligno, como um demônio que caça a noite. Ele solta um
grande grito de pura fúria, que soava como um dragão ao ser perturbado.
Pegando
seu machado e um afiado facão que utilizava para abrir o mato, começou a seguir
os rastros daqueles que pagariam por tudo aquilo o que fizeram. O gentil e
bondoso lenhador da tarde anterior já não existia mais, agora tudo o que se via
era uma fera movida por puro ódio. Era um bom caçador também, seguir os rastros
não seria problema para ele, apenas quem estava no final deles que deveria se
preocupar agora.
A noite cai, mas a robusta massa de fúria é
imparável. Uma alcatéia o ronda, ele percebe mas continua seu caminho. Os lobos
atacam, eram apenas cinco mas estavam famintos, eram muito perigosos, mas nada
o tiraria de seu caminho. Desembainhando seu facão e o machado, desfere dois
golpes, agora restaram apenas três lobos, eles o rondam, rosnam e mostram as
presas, mas o homem não se intimida, pelo contrário, sua fúria aumenta.
Gritando como um guerreiro em batalha, ele brande seu machado e arremessa outro
animal para longe. Pula em cima de um como se fosse um punhado de folhas secas
e golpeia-o pesadamente com o machado em sua coluna. O ultimo animal ainda
estava em posição de ataque, quando Bill enfia o facão em sua garganta. Exausto
e fraco, após um longo dia de trabalho e uma luta intensa dessas, o homem acaba
desmaiando e adormecendo em cima dos lobos mortos.
Ao amanhecer, ele acorda querendo que tudo
aquilo tivesse sido um sonho. Ao ver os animais mortos em sua volta, o ódio
retorna e o homem retoma com passos pesados seu caminho de vingança.
Uma hora depois, ele encontra um pequeno
acampamento feito as pressas. Enxerga de longe aqueles três homens que vira no
dia anterior. Seus passos agora eram rápidos, dirigiu-se até eles depressa,
como uma flecha atirada contra um guerreiro desavisado. Emergindo do mato como
um urso furioso, ele os ataca sem muito tempo para que reagissem. Logo arranca
com um único golpe de seu machado, a cabeça do primeiro que alcançou, os outros
dois se assustaram e tomaram posição de combate. Desembainhando suas armas eles
investem contra ele, que com mais outro golpe, atravessa a barriga do mais
próximo com seu facão, ele torce e puxa-o com força e brutalidade, abrindo um
grande buraco no homem, fazendo suas tripas e sangue espalharem-se pelo chão. O
ultimo inimigo o encarava, mas agora com uma expressão de medo, Bill o agarra
pelo pescoço, apertando com muita força, fazendo-o sufocar, estava preparando o
ultimo golpe quando o homem perfura sua barriga com sua fina espada, fazendo-o
largá-lo. O robusto lenhador logo se recompõe e investe contra o homem com a
fúria de um titã, agarra-o mais uma vez, mas agora com as duas mãos em sua
cabeça, apertando-a como um melão maduro, fazendo-o largar a arma. Ele bate com
seu crânio no chão, até que ele estoura e espalha miolos, ossos e sangue por
todo o solo.
Estava ele ali, ajoelhado em cima de um homem
com a cabeça estourada, sangrando continuamente pelo ferimento em sua barriga,
e babando como um animal raivoso. Quando recobra a sanidade, vê que nada
daquilo traria sua família de volta e ele cai em pranto. Seus gritos de dor e
sofrimento são ouvidos por quilômetros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário