22...

  A porta da cela se abre e guardas armados o ordenam que saia, referem-se a ele apenas como “22”. O olhar deles era um misto de preocupação e inquietude, tinham um certo medo dele. Dirigem-se como de costume a área de treinamento e testes, ao chegar, cientistas retiram amostras de sangue e tecidos e conectam eletrodos em seu corpo. Injetam alguma coisa em seu braço e ordenam que comece o treinamento. Alvos se erguem em sua frente, ordenam-no que os ataque, 22 abre suas mãos e delas se acendem-se chamas, ele as dispara contra os alvos destruindo-os facilmente. Outros maiores saem do chão e as ordens são dadas novamente. O homem aumenta suas chamas e lança uma onda de fogo contra eles, gerando uma grande explosão. As pessoas que o observavam ficam espantadas e satisfeitas com os resultados, 22 era um dos poucos que havia sobrevivido às experiências e tinha desenvolvido uma habilidade extraordinária com fogo. Estavam transformando-o em uma poderosa arma, sabiam que se perdessem seu controle, ele seria muito perigoso, por isso antes de toda seção de testes, aplicavam-no soluções que o deixavam calmo e suscetível a ordens.

  Outro dia outra seção de testes, como de costume lhe aplicam a solução, mas desta vez ela não tem o efeito esperado, tantas aplicações fizeram com que seu corpo criasse resistência contra aquilo, 22 começara a recobrar a consciência. As ordens são dadas e ele as obedece, mas demonstra estar um pouco lento e distraído, os guardas logo percebem uma diferença em seu olhar e relatam aos superiores, que ordenam que mantenha a posição. Antes de destruir o ultimo alvo, 22 hesita e observa ao seu redor, os guardas apontam-lhe as armas e do alto-falante saem ordens para que termine o exercício. 22 obedece, mas sua expressão agora é outra, aparentemente ele agora entende o que é tudo aquilo e do que é capaz de fazer e repentinamente ataca os guardas com uma onda de fogo, carbonizando-os. Todas as portas se fecham e atiradores posicionam-se em lugares estratégicos. O homem não se abala e dispara diversas bolas de fogo contra eles, todo aquele treinamento deu certo, ele tinha desenvolvido um bom controle sobre suas habilidades. Não entendia o porquê de estar ali, só queria ir embora, sair daquele confinamento sem sentido. O único franco atirador que restou dispara um dardo com um poderoso tranquilizante em seu ombro, por reflexo ele atira chamas em sua direção, matando-o. 22 começa a sentir os efeitos da droga, mas decide que não quer voltar a ser um rato de laboratório, ele se incendeia em uma intensidade tão alta que o metal a sua volta começa a derreter, segundos antes de desmaiar com o tranquilizante ele explode em uma grande bola de fogo, destruindo boa parte das instalações onde estava.