16 de out. de 2014

Sentimentos...



  Ana vivia sozinha, em um pequeno vilarejo abaixo das montanhas. Os habitantes de lá eram calmos e pacíficos, mas sempre pareciam preocupados, já que inexplicavelmente terríveis nuvens negras sempre pairavam sobre aquele lugar, como se fossem uma maldição.
  Ana era uma jovem linda, cabelos castanhos escuro, corpo modesto e bonito, olhos verdes, rosto delicado e pele clara. Mas sempre estava com uma expressão triste no rosto. Sentia-se sozinha e vazia, seus pais haviam morrido logo após seu nascimento. Foi um acidente terrível, era o que sempre dizia uma velha amiga da família que a criara. Agora já morta por uma terrível doença, Ana estava sozinha novamente, e não tinha nenhum motivo para sorrir. Muitas vezes chorava copiosamente antes de dormir, enquanto tempestades horríveis assolavam o vilarejo.
  Em um rotineiro dia, Ana nota um jovem rapaz diferente aproximando-se daquela cidadezinha. Era um viajante, seu cavalo carregava diversas bolsas com suprimentos. O jovem era esguio e forte, tinha um rosto liso e bonito, barba curta e bem feita, cabelos negros e olhos castanhos escuros. Claramente ele lhe chamou a atenção, mas tímida não demonstrou isso e seguiu seu caminho. Peculiarmente as nuvens nesse dia não estavam tão escuras como de costume, mas o céu mantinha-se nublado.
  Mais tarde a noite, o vilarejo é atacado por uma terrível tempestade de raios. Os raios queimavam plantações e o vento forte derrubava arvores e arrancava telhados. Um raio acerta a pequena cabana onde Ana morava, fazendo-a queimar. As vigas caíram em chamas em frente à porta, prendendo-a lá dentro. Desesperada ela só consegue chorar e gritar por socorro. O vento fazia as chamas aumentarem cada vez mais. De repente um homem derruba com um chute a porta, corta com um machado a viga que a bloqueava e pega Ana no colo, ela havia desmaiado após inalar tanta fumaça. Levando-a para um lugar seguro, o homem nota que a tempestade já estava passando.
  Minutos após o ocorrido, Ana acorda em baixo de uma grande arvore. Logo vê que quem a salvou foi o rapaz da manhã anterior.
- Você está bem? - Perguntou ele com uma voz calma e suave, esboçando um pequeno sorriso.
  Ela responde apenas com outro sorriso.
- Notei você me olhando de manhã, te achei linda - Continuou o gentil rapaz.
  Ana olha para ele com o rosto vermelho, não sabia o que dizer. Ele abraça-a delicadamente e a beija. O céu agora estava limpo e estrelado, muito bonito, uma coisa que não se via há anos.

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