Ana vivia sozinha, em um pequeno vilarejo
abaixo das montanhas. Os habitantes de lá eram calmos e pacíficos, mas sempre
pareciam preocupados, já que inexplicavelmente terríveis nuvens negras sempre
pairavam sobre aquele lugar, como se fossem uma maldição.
Ana era uma jovem linda, cabelos castanhos
escuro, corpo modesto e bonito, olhos verdes, rosto delicado e pele clara. Mas
sempre estava com uma expressão triste no rosto. Sentia-se sozinha e vazia,
seus pais haviam morrido logo após seu nascimento. Foi um acidente terrível,
era o que sempre dizia uma velha amiga da família que a criara. Agora já morta
por uma terrível doença, Ana estava sozinha novamente, e não tinha nenhum
motivo para sorrir. Muitas vezes chorava copiosamente antes de dormir, enquanto
tempestades horríveis assolavam o vilarejo.
Em um rotineiro dia, Ana nota um jovem rapaz
diferente aproximando-se daquela cidadezinha. Era um viajante, seu cavalo
carregava diversas bolsas com suprimentos. O jovem era esguio e forte, tinha um
rosto liso e bonito, barba curta e bem feita, cabelos negros e olhos castanhos
escuros. Claramente ele lhe chamou a atenção, mas tímida não demonstrou isso e
seguiu seu caminho. Peculiarmente as nuvens nesse dia não estavam tão escuras
como de costume, mas o céu mantinha-se nublado.
Mais tarde a noite, o vilarejo é atacado por
uma terrível tempestade de raios. Os raios queimavam plantações e o vento forte
derrubava arvores e arrancava telhados. Um raio acerta a pequena cabana onde
Ana morava, fazendo-a queimar. As vigas caíram em chamas em frente à porta,
prendendo-a lá dentro. Desesperada ela só consegue chorar e gritar por socorro.
O vento fazia as chamas aumentarem cada vez mais. De repente um homem derruba
com um chute a porta, corta com um machado a viga que a bloqueava e pega Ana no
colo, ela havia desmaiado após inalar tanta fumaça. Levando-a para um lugar
seguro, o homem nota que a tempestade já estava passando.
Minutos após o ocorrido, Ana acorda em baixo
de uma grande arvore. Logo vê que quem a salvou foi o rapaz da manhã anterior.
- Você está bem? -
Perguntou ele com uma voz calma e suave, esboçando um pequeno sorriso.
Ela responde apenas com outro sorriso.
- Notei você me olhando
de manhã, te achei linda - Continuou o gentil rapaz.
Ana olha para ele com o rosto vermelho, não
sabia o que dizer. Ele abraça-a delicadamente e a beija. O céu agora estava
limpo e estrelado, muito bonito, uma coisa que não se via há anos.
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