Mais uma vez Getúlio
estava só, no fim de semana em sua casa. Não era casado, nem tinha filhos e os
poucos amigos que possuía, não faziam questão de visitá-lo, nem sentia tanta
falta, dizia ele. Gostava de fazer tudo sozinho, odiava pedir ajuda aos outros,
seu ego não deixava. Após terminar todos os afazeres rotineiros de sábado,
Getúlio resolve limpar o porão, havia alguns meses que não o fazia. Chegando
lá, viu muita poeira, teias de aranha e coisas velhas, que deviam ser jogadas
fora. Demoraria horas, talvez até dias para terminar o serviço, mas ele não
queria pedir ajuda a ninguém. Minutos depois de começar a limpar, já estava
cansado, seus quarenta anos começaram a pesar, ainda mais, após ter limpado a
casa inteira antes. Escora-se para descansar um pouco na única viga que
sustentava o teto. Segundos depois, a madeira quebra, fazendo o teto ceder,
soterrando-o com madeira e reboco de parede. Ele demora alguns minutos para
acordar, ao entender seu estado, pensou em gritar por ajuda, e mais uma vez seu
ego não deixou, fazendo-o ficar ali preso, sofrendo por horas, até a morte.
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